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Psicóloga

Carla Navarro Baltazar Feijoo

CRP 06/60596

 

 

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Psicoterapia de orientação cognitivo-comportamental à adolescentes, adultos e terceira idade, com foco em Programação Neurolinguística e Neurociências. Psicodiagnóstico, Psicoterapia, Orientação Vocacional, Coaching Emocional Humanizado de Vida e de Carreira, Treinamentos Comportamentais e Consultoria Organizacional. 

 

Tratamento clínico de baixa autoestima, insegurança, Transtornos do Desenvolvimento, Doenças Psicossomáticas, Depressão, Transtornos de Ansiedade, Fobias, Medos, Traumas, Transtorno obsessivo-compulsivo, Síndrome do Pânico, Stress, Transtornos Alimentares, e Distúrbios de autoimagem.  

Nem tudo é pessoal...

 

 


"A resposta seca de sua amiga, o mau humor de seu chefe ou colega de trabalho comumente a leva a pensar que talvez você tenha feito algo de errado ou que talvez você não seja tão bem quista como gostaria de ser?

Vou lhe contar um acontecimento real que explica um montão de outros com diferentes cenários e que às vezes não são tão explícitos como este, porém, são tão válidos quanto:
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Júlia vende batatas em uma feira-livre e um dia surge um novo feirante que seria seu novo vizinho. Com a cara fechada ao seu lado e também vendendo batatas, ele se instala sem ao menos dizer um bom dia. Muito incomodada com o mau humor e com a falta de educação de seu novo vizinho, Julia conversa com seus outros colegas feirantes sobre o seu mal-estar e até pergunta se, quem sabe, um deles poderia mudar de lugar para que ambos não trabalhassem em meio àquele clima tenso. Conclui que o novo colega estaria perturbado e bastante bravo com a concorrência de vendas representada por ela que, afinal de contas, estava ao seu lado e vendendo o mesmo produto.

Para surpresa de Julia, enquanto estava ensimesmada fazendo sua lógica mental sobre o mau humor do novo vizinho, um casal atravessa o meio fio-livre entre a banca de ambos, indo direto ao encontro do tal novo vizinho. Por apenas uma fração de segundo, fixam-se nos olhos um dos outros e com ar de cumplicidade seguem abraçando-se com veemência. O novo vendedor irrompe num choro profundo e sentido. O casal lhe transmite votos de força e carinho afirmando que iria superar aquele momento difícil que estava passando. Soluçando, o homem conta que seus amigos o aconselharam a trabalhar longe do local do desabamento, mas que era muito difícil ter que voltar para casa sabendo que nunca mais iria encontrar a sua mulher e a sua filhinha recém-nascida esperando por ele.
Naquele momento, perplexa com o que estava presenciando e com vergonha de si mesma, Julia pôde perceber que suas interpretações, além de estarem erradas, também eram egocêntricas. Em nenhuma de suas hipóteses, cogitou que seu novo colega poderia estar passando por algo de foro íntimo e que poderia não ter nada a ver com ela ou com qualquer coisa que pudesse ter imaginado. Toda a sua percepção apenas vinha de um olhar tacanho seu, ou como se costuma dizer... De seu umbigo!

Envergonhou-se por pensar que ele poderia estar com inveja dela ou que estaria com aquela cara de poucos amigos por conta da concorrência. Altamente comovida com o que acabara de presenciar, imediatamente, contou que havia escutado o desabafo e se prontificou a ajudá-lo no que fosse...

Reflexão:

Quantas vezes passamos por situações como esta? Quantas vezes vamos embora de alguma situação magoados, tristes e com raiva, na certeza inconsciente de sermos o centro irradiador do mal provocado? Será que seríamos tão poderosos a ponto de, inclusive, podermos alterar secretamente o humor das pessoas?

Por outro lado, também se pode pensar exatamente o reverso sobre este assunto. Pode-se achar que a percepção do outro fica alterada por que capta que lá no fundo você sente baixa autoestima e que, de verdade, ninguém gosta de você... Se este for o seu caso, mesmo assim, seria tão poderoso a ponto de alterar o humor das pessoas?

- Não estamos acostumados a nos dar o devido espaço para parar e respirar diante dos eventos que estamos inseridos. Somos viciados em ler apenas as superfícies de tudo, não fomos treinados para nos aprofundarmos na realidade das cenas, nos subterrâneos, no que de verdade move os acontecimentos.

A grande verdade é que muitos mal entendidos poderiam ser evitados se fôssemos mais observadores. Se questionássemos as situações sem emocionalismos, apenas na tentativa de ampliar a nossa consciência sobre os fatos da vida.

Quantas vezes, interpretamos erroneamente o que não vem como gostaríamos que viesse? Sequer lembramos que o outro é um outro, que tem uma vida independente, com questões emocionais e pessoais que não estão ao nosso alcance e que absoltamente não tem nada a ver conosco.

Dica:

Fique atento da próxima vez que começar a ficar ativado neste sentido e comece por observar a situação de um lugar mais distanciado visando acalmar todo o seu sistema. Veja e reveja todas as possibilidades implicadas evitando ficar cego com o calor advindo das emoções. O que o ativa e o que você sente, é seu, vem do seu mundo interior. O que está ativado no outro e emerge do outro vem de um universo distinto. Descomplique."



(Silvia Malamud)