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Psicóloga

Carla Navarro Baltazar Feijoo

CRP 06/60596

 

 

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Psicoterapia de orientação cognitivo-comportamental à adolescentes, adultos e terceira idade, com foco em Programação Neurolinguística e Neurociências. Psicodiagnóstico, Psicoterapia, Orientação Vocacional, Coaching Emocional Humanizado de Vida e de Carreira, Treinamentos Comportamentais e Consultoria Organizacional. 

 

Tratamento clínico de baixa autoestima, insegurança, Transtornos do Desenvolvimento, Doenças Psicossomáticas, Depressão, Transtornos de Ansiedade, Fobias, Medos, Traumas, Transtorno obsessivo-compulsivo, Síndrome do Pânico, Stress, Transtornos Alimentares, e Distúrbios de autoimagem.  

 

"Desculpability", uma das maiores barreiras da alta performance

 

A maioria dos gestores brasileiros não está acostumada a extrair de seu time os melhores níveis de entrega. Com isto, estes profissionais perdem a oportunidade de gerar uma contribuição maior à sua companhia. Além de não alcançar a alta performance, acabam comprometendo os objetivos empresariais, o atingimento de metas e, por fim, os resultados operacionais e financeiros. Essa declaração pode parecer exagerada. Mas, acredite, não é. Simples assim.

 

Com a economia recessiva, consumo interno andando devagar e competidores fazendo o possível para não perder as suas participações, é imperativo que o gestor reaja e gere um ambiente criativo, inovado e de agilidade. É preciso também que o gestor tenha uma visão positiva do futuro, sensibilidade e percepção para se antecipar aos movimentos de mercado, cavar oportunidades e conquistar resultados. Isso também não é novo. Essas são ações esperadas e básicas de todo o gestor. Dessa forma, já não basta ser apenas responsável. É preciso ir além, e aí sim é a grande novidade do universo corporativo e mantra dos gurus da administração contemporânea. 

 

Empresas de alta performance resistem melhor a momentos de crise e saem mais rapidamente de situações difíceis por causa de uma nova variável: ter gestores com a habilidade de pensar, agir como dono e gerar resultados excepcionais. E é esse profissional, como essa competência, que começa a ser disputado pelas corporações. 

 

Esse conceito está relacionado a algo incomum em nosso idioma: a Accountability Pessoal, apresentada aqui como uma virtude moral, que leva o ser humano a evoluir a sua percepção da responsabilidade, encontrando oportunidades de deixar uma contribuição maior. Também encoraja os indivíduos a assumir um papel protagonista ao invés de se comportarem como vítimas. A conclusão é prosaica e eficiente: a Accountability Pessoal é o atalho para se ter profissionais mais completos, sem desculpas ou justificativas, com entrega de resultados consistentes. Assim, cada pessoa é um potencial influenciador e inspirador de seus stakeholders. O modo accountable de trabalho beneficia a todos e faz do gestor um profissional focado, exigente consigo mesmo e intolerante com baixos níveis de performance.

 

Aristóteles (385 -322 AC) não acreditava que nascêssemos prontos, do ponto de vista moral. Nessa direção, as virtudes deveriam ser apresentadas ao indivíduo, incorporadas e aprimoradas ao longo da vida. Assim, como a definição original do pensador grego, também a Accountability Pessoal também pode ser aprendida e aprimorada. O anti valor de Accountability Pessoal é Desculpability, que é a habilidade de afastar de si a responsabilidade, culpando os outros ou às circunstâncias. 

 

A perversidade, nesse caso, é que a Desculpability é inata e instintiva. Explico: nascemos prontos para nos proteger, defendendo-se das críticas. Assim, ela pode ser aprimorada e contamina as famílias, a sociedade e, consequentemente, o trabalho. Se fizermos uma comparação com a Teoria de Mecanismos de Defesa, elaborada por Sigmund Freud (1856 - 1939), talvez a Projeção seja o mecanismo de defesa que mais se aproxima da Desculpability, no qual sentimentos próprios e indesejáveis são projetados a outras pessoas.

 

É por meio da Desculpability, portanto, que revivo a primeira provocação deste texto. O executivo brasileiro, de tanto ouvir desculpas, tornou-se tolerante com a baixa performance do seu time e, apesar de termos por aqui excelentes modelos de cultura de Alta Performance, muitos gestores ainda desconhecem as ferramentas para reverter esse quadro. E uma dessas ferramentas é a Accountability Pessoal.

 

Parte dessa complacência advém do próprio modelo do pensamento nacional, facilmente observado pela tolerância que temos em relação aos problemas que enfrentamos no dia a dia. São condições que afetam indiretamente a nossa estima, o nível de exigência e que, inconscientemente, refletem nas decisões dos gestores. Ser Accountable é pegar para si a responsabilidade, sem medo. 

 

Não estou sozinho nesse fórum de reflexão. Segundo estudo global da McKinsey & Company, publicado no McKinsey Quartely de Abril de 2014, accountability é uma das nove dimensões da saúde organizacional, resultado de uma ampla pesquisa com empresas privadas. Quem vivencia esse conceito extrai de dentro de si o que há de melhor no ser humano, a coragem para agir como dono do seu destino, tornando-se uma pessoa mais completa em diversas Um profissional accountable transforma-se em protagonista e não em um mero espectador da vida corporativa, tornando-se um embaixador da cultura proativa das nossas organizações.

 

Eu convido-o a refletir e se assim decidir, a vivenciar Accountability Pessoal tanto na dimensão pessoal, quanto na profissional, encontrando dessa forma papéis cada vez mais nobres para a nossa sociedade.

 

​Por João Cordeiro para o RH.com.br